

Nos primeiros dias, ansiosos para experimentar, muitos usuários do Gmail reclamavam da demora do Buzz aparecer em suas contas. Os comentários iniciais comparavam a nova ferramenta ao Facebook e Twitter, seus maiores concorrentes, e demonstravam a satisfação das pessoas - que não gostavam de ter que abrir outra página ou programa para twittar - em poder integrar essa função ao e-mail. No caderno Link do Estadão, Rafael Cabral escreveu uma análise, comparando a nova ferramenta ao Wave, uma tentativa fracassada de rede colaborativa que acabou esquecida em pouco tempo. Para ele, o Buzz é um Wave com os pés no chão. No entanto, não foi só entre os usuários que o lançamento Buzz causou burburinho: a Microsoft fez uma declaração oficial dizendo que a nova empreitada do Google é "uma furada" e o Yahoo afirmou que já oferecia um serviço com funções similares a do Buzz - denunciando que, pelo menos, atenção o novo serviço já recebeu da concorrência.
Porém, não precisou mais de uma semana para que o Buzz começasse a criar desconforto na web. A primeira falha - e provavelmente a mais grave - aponta para a invasão de privacidade dos usuários. A ferramenta é adicionada automaticamente à conta do Gmail e o usuário passa a ser seguido e a seguir instantaneamente seus contatos de e-mail. Antes mesmo de utilizar pela primeira vez o serviço, um contato pode visitar o seu perfil e descobrir, em sua rede, com quem você conversa e troca mensagens. O Buzz não possui um controle de privacidade próprio, para isso é preciso alterar algumas configurações no perfil de usuário do Google. Por causa disso, na Flórida, já existe um processo em andamento contra a empresa por violações de confidencialidade no novo produto. As críticas ainda levantam a falta de necessidade da nova rede social que, reunindo contatos já adicionados a outros sites, torna entediante a leitura das mesmas atualizações a cada minuto. Em contrapartida, a Google já prevê mudanças para a ferramenta. Entre elas, criar uma versão desassociada do Gmail, com o intuito de não expor informações privadas dos usuários. Em todo caso, sem uma rápida reformulação, fica difícil acreditar que o Buzzi vai desbancar o sucesso de redes similares e escapar do esquecimento. Agora, é esperar para ver.
Abaixo, o vídeo de apresentação da rede: